26 de out. de 2008

Hellgate: London

Hellgate: London "Hellgate: London", como o próprio nome sugere, se passa num futuro próximo, na capital da Inglaterra, invadida por criaturas infernais que se alastraram pela Terra causando caos e destruição. Os poucos sobreviventes formaram grupos de resistência e, juntos, lutam para combater o mal, no sentido literal da palavra. Você começa o jogo como um soldado anônimo, e vai conquistando a confiança destes grupos ao longo da trama.

"Diablo" do futuro

Antes de iniciar o jogo, você escolhe uma entre seis classes de personagens, cada qual com suas próprias habilidades (que vão sendo liberadas de acordo com sua evolução) e capacidades. Guardiões e espadachins são limitados às armas brancas, que causam mais dano que as armas de fogo. Estas só podem ser empunhadas pelos atiradores e engenheiros. Existem também duas classes de magos, que usam o poder da cabala para realizar magias ofensivas e defensivas e evocar criaturas - tudo ao estilo futurista do jogo, é claro.

Como em "Diablo II", cada nível de evolução do personagem lhe garante pontos para serem distribuídos entre os atributos do personagem, que aqui são simplificados: precisão, força, resistência e força de vontade. Além disso, você poderá optar em aprimorar uma habilidade especial ou comprar uma nova, desde que esteja disponível. Quando esses pontos são distribuídos estrategicamente entre os atributos e habilidades, seu personagem se fortalece.

Ao equipá-lo com itens como as armaduras de torso, ombro, botas, capacete etc. ele se torna ainda mais resistente. E opções não faltam: são centenas deles, que alteram não apenas os atributos de seu personagem mas também seu visual. O mesmo vale para as armas, que podem inclusive receber modificações, que adicionam bônus de dano e outras vantagens.

Montagem com cenas de ação

Não bastasse a variedade e maleabilidade dos itens, você também pode criar armas e armaduras utilizando componentes coletados durante sua jornada ou até mesmo desmantelando itens sem utilidade. Neste ponto, "Hellgate: London" vai além de "Diablo II", chegando a um nível de customização que talvez nenhum RPG tenha atingido.

As chamadas "quests" (missões) existem aos montes, principalmente as opcionais, que recompensam o jogador com pontos de experiência, dinheiro (aqui chamado de Palladium) e itens raros. Entretanto, a maioria delas se resume a matar uma determinada quantidade de inimigos em um local específico, caindo invariavelmente na repetição.

Os quebra-cabeças e a interação com o cenário, que poderia dar mais variedade ao jogo, ficaram de fora. Se você não está no campo de batalha, enfrentando criaturas e explorando os cenários em busca de itens, provavelmente estará gerenciando seus itens nas bases de resistência ou conversando com personagens em busca de novas quests.

Boas idéias, má execução

A principal característica do jogo é a fusão entre os gêneros RPG e ação em primeira pessoa (ou terceira), o que não é nenhuma novidade, visto que jogos como "Elder Scroll IV: Oblivion" já fizeram essa mistura. Porém, "Hellgate: London" é o primeiro a incorporar a mecânica consagrada por "Diablo", com enfoque na ação e gerenciamento de itens.

Inicialmente essa mistura pode soar um tanto estranha, pois apesar da perspectiva, o esquema de "Hellgate: London" é bem diferente de um "Half-Life", por exemplo. Aqui as munições são infinitas, sua mira não depende de sua habilidade com o mouse e um lança-mísseis está longe de ser a melhor arma do jogo. Tudo depende dos atributos de seus itens e personagem.

Ter jogado "Diablo" ou um RPG similar é quase um pré-requisito para se familiarizar com o jogo, visto que seu tutorial mal elaborado não é de grande auxílio. Contudo, a dificuldade equilibrada e a simplicidade das missões iniciais ajudam o jogador a se situar, até que ele esteja preparado para enfrentar os reais desafios que virão.

Para um jogo que ficou em desenvolvimento por longos quatro anos, "Hellgate: London" possui uma quantidade significante de bugs e outros problemas. É comum, por exemplo, ver inimigos atravessando paredes ou desaparecendo do nada. Muitos dos NPCs (personagens não-jogáveis) possuem ciclos de animações quebrados.
Conheça as armas

E não pára por ai: a taxa de quadros pode cair subitamente em momentos com grandes concentrações de inimigos e efeitos visuais, mesmo na configuração gráfica adequada para seu computador. Problemas bobos, como a possibilidade de atravessar os modelos dos personagens ou inimigos caídos no chão, não foram resolvidos. A música reservada para as batalhas mais intensas, que deveria tocar no início da ação, muitas vezes é ativada no final da batalha, e continua tocando mesmo que a ação tenha sido encerrada. Descuido da Flagship, que mostra uma evidente falta de capricho dos desenvolvedores.

Graficamente, possui altos e baixos. Durante sua jornada, você enfrentará um verdadeiro exército de criaturas grotescas, de todos os tamanhos e comportamentos, a maioria delas muito bem animadas (ao contrário dos NPCs) e modeladas. Só pecam pela inteligência artificial fraca, que faz com que as vezes fiquem presas e totalmente imóveis entre o cenário. Além da repetição já mencionada, os cenários nem sempre convencem, passando de áreas superdetalhadas e com boa iluminação para ambientes sem vida e genéricos.

Além do jogo solo, há também o multiplayer, que aqui funciona mais como um RPG online massivo. Os cenários e missões são exatamente as mesmas do modo para um jogador, só que aqui você pode interagir com outros jogadores, formar guildas, trabalhar em grupo e trocar itens. Infelizmente não há como importar seu personagem do modo solo, sendo necessário a

criação de outro para a modalidade online.

Os fãs podem inclusive optar pela conta online paga e ter acesso a novas classes de personagens, monstros, itens, mapas etc. Os desenvolvedores prometem uma atualização constante para os membros pagantes. Porém, levando em consideração que o conteúdo do jogo já é bastante extenso, o serviço pago é questionável.

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